terça-feira, outubro 28, 2008

em silêncio III

Suprematism - Supremus no. 58 (1916). Artist: Kasimir Malevich

[existir]

A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as coisas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar apenas em um ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer
.

1/10/1917 – Fernando Pessoa.

segunda-feira, outubro 27, 2008

em silêncio II

Black Square (1913-29). Artist: Kasimir Malevich.


[realidade]

Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade.
Mas, como a realidade pensada não é dita mas a pensada,
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos,
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.


1/10/1917 – Fernando Pessoa.

sábado, outubro 25, 2008

Etta James – Ouça gratuitamente na Last.fm

Trust me.
I really love.
This song makes me feel better and truthfulness.
Etta James – Ouça gratuitamente na Last.fm

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My Man
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Madeleine Peyroux – Ouça gratuitamente na Last.fm

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em silêncio I

Suprematist Composition: White on White. Artist: Kasimir Malevich (1918).

[idéia – filosofiapensamento – criação]

O universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos.
A minha idéia de noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
[grifo meu]
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso.

1/10/1917 – Fernando Pessoa.

quinta-feira, outubro 16, 2008

CARTOLA

²

Em Mangueira
Quando morre
Um poeta
Todos choram
Vivo tranqüilo em Mangueira porque
sei que alguém há de chorar quando eu morrer
Mas o pranto em Mangueira
É tão diferente
É um pranto sem lenço
Que alegra agente
Hei de ter um alguém pra chorar por mim
Através de um pandeiro ou de um tamborim
(Pranto do Poeta 1989)²


Sábado fui à Mangueira, para fazer de um pranto alegria.
O propósito final era comemorar o aniversário de uma amiga, a Nati.
E fui...

Porém ao subir o asfalto do morro da mangueira, e todas as vezes que faço esse trajeto, percebo ao pisar as origens deste nome; mangueira. Mangas espatifadas no chão, cachorros, crianças, meninas moças grávidas de shortinhos e celular, muitas motos e kombis numa total informalidade. O cenário parece sempre o mesmo quando subo o morro de asfalto.

Porém neste sábado algo de especial acontecia, além o aniversário de Nati. Não ausentando a importancia da data, apenas atualizando-a, comemorei também o que seria em potência os 100 anos de Cartola.

A Mangueira tem dessas coisas, dessas surpresas caídas do pé e que tanto fala a alma por vir do coração.

O Cartola talvez simbolize para mim, a partir de suas suas letras, composição de cor e som que juntos me levam à uma melodia nostalgia de uma época que não vivi, mas que pelo samba sou capaz de me transportar ao passado para tentar encontar a força de uma homem negro, que lutou, criou, inventou, atualizou uma das mais belas formas de se contar cantando as coisas do coração. O samba¹.


¹. etimologia: banto, mas de étimo contrv.; para A. Ramos, o quimb. samba 'umbigada, passo de dança semelhante ao batuque' seria o étimo; segundo ele, existia em Luanda esse tipo de dança; para Nei Lopes, o étimo seria ou o quioco samba 'cabriolar, brincar, divertir-se como cabrito' ou o quicg. samba 'espécie de dança em que um bailarino bate contra o peito do outro'; lembra ainda Nei Lopes que no umbd. semba 'dança caracterizada pela separação de dois bailarinos que se encontram no meio da arena' pertence à raiz semba 'separar', originando-se dela o multilingüístico disemba, pl. masemba 'umbigada', esta, com efeito, remonta às mais antigas formas do samba entre nós, conforme atesta Pereira da Costa em seu Dicionário Pernambucano: "A Júlia que é sambista arreliada, dá no Júlio fortíssima umbigada...", de tudo isso conclui Nei Lopes que a raiz semba do umbd. seria o étimo remoto de samba; f.hist. 1842 samba, 1880 semba. (Houaiss)

². A música transcrita é faixa do álbum representado como imagem.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Música de bolso | Mart'nália

é só clicar, escutar e cantar!

as vezes é bom cantar.
acho que esta música carrega a essencia de quem leva nas costas o signo de aires.
e quem me conhece sabe.

as vezes é bom cantar.
para entender que estar só é escolha e que esta pode ser uma ótima saída.

(baixou mesmo a ariana) e em dias de lua cheia... tudo fica mais intenso.

uma música de atitude e verdade.
e a interpretação de Mart'ália é fabulosa, fazendo tudo parcer pequeno diante do seu descaso e da segurança quando se canta/diz: CHEGA!

Wil e Sanny, obrigada pelo entendimento.
Hoje acordei esquisita e depois de ouvir me animei, levantei e fortaleci!

sábado, outubro 04, 2008

o Outro


Indivíduo!

Fantástica descoberta que tem mudado minha vida e o modo como tenho percebido o mundo.

Estudando as Baías (de Guanabara e Sydney), observo à bandeira da cidade do Rio de Janeiro. Através da bandeira, chego aos ‘golfinhos’ e com os golfinhos universalizo o conhecimento, pois a partir deles tenho vivido momentos intensos de verdadeiras descobertas, em que a mente acompanha o desejo de saber mais e mais e é claro, às vezes assustando a possibilidade de fazer coisas grandes na vida.

Na 'pessoalidade' do Golfinho aprendo e exercito a relação de consciência ao Outro.

Quando penso no golfinho, lembro de minha condição humana e me vejo integrada à própria vida na noção de que, idéiaS e realidadeS de Mundo são construídas por cada um de nós.

Apenas busco por uma visão integrada, sistêmica e holista.
A que acredito.