sábado, junho 14, 2008

SOU mangueira...


Foi no carnaval de 2005 quando vi pela primeira vez Jamelão cantando na avenida. (tarde eu sei!)
E quando a Mangueira despontou na avenida o corpo estremeceu diante de um mundo verde e rosa, criado e inventado para os dias de carnaval. Não sou ‘manguerense’, apenas sei reconhecer a emoção que é ver a escola e sua majestosa bateria desfilar na avenida.

Brigão e ‘marrento’ vi Jamelão desfilar e cantar.
A voz mesmo só pude perceber no início e quando o carro do som passou perto de mim.
Mas a emoção de estar ali me fez acreditar que o volume daquela voz era altíssimo.
Acho mesmo que este era o melhor momento para vê-lo; na execução de sua função que era cantar, representar e apresentar sua escola.

E jamais esquecerei quando Flávio; um homem sempre à frente de seu tempo, disse: “Escute e grave em sua mente este momento, pois esta será uma das últimas oportunidades diante desta voz tão inconfundível para a história do Samba”.

E de fato foi!

O desfile de 2005 para a Mangueira não foi lá essas coisas.
O Samba-Enredo que falava de energia e combustível não ajudou muito.
Mas é claro que tudo fica mais lindo e criativo diante do Carnaval e foi assim que a escola passou.
Mas a inconfundível voz de Jamelão ficou e fez emocionar quando cantava “Sou Mangueira” (e me senti).
A energia do samba
É o combustível do amor - Sou Mangueira (bis)
Nos braços do povo fazendo fluir
A verde e rosa na Sapucaí


Um “sou mangueira” carregado no prolongamento na fonética da palavra SOU.
Sem dúvida este foi para mim o melhor momento do desfile.

Não pretendo aqui criar um mito, falo apenas de um homem e de sua voz, que ecoou e caracterizou um jeito único de cantar a sua escola apenas por saber soltar a VOZ na Sapucaí.

sexta-feira, junho 13, 2008

SaTURN

¹“Stevie Wonder andaLUZ” (já disse Caetano)

E eu digo, Stevie Wonder andaLUZ em mim.
Uma canção de 1976 que me emociona por sua idealização e atualidade quanto as minhas demandas internas de Ser.

Amigos que me acompanharam esta semana, entenderão!

"Packing my bags -- going away
To a place where the air is clean
On saturn
There’s no sense to sit and watch people die
We don’t fight our wars the way you do
We put back all the things we use
On saturn
There’s no sense to keep on doing such crimes

There’s no principles in what you say
No direction in the things you do
For your world is soon to come to a close
Through the ages all great men have taught
Truth and happiness just cant be bought - or sold
Tell me why are you people so cold

I’m....
Going back to saturn where the rings all glow
Rainbow, moonbeams and orange snow
On saturn
People live to be two hundred and five
Going back to saturn where the people smile
Don’t need cars cause we’ve learned to fly
On saturn
Just to live to us is our natural high

We have come here many times before
To find your strategy to peace is war
Killing helpless men, women and children
That don’t even know what they’re dying for
We cant trust you when you take a stand
With a gun and Bible in your hand
And the cold expression on your face
Saying give us what we want or well destroy

I’m....
Going back to saturn where the rings all glow
Rainbow, moonbeams and orange snow
On saturn
People live to be two hundred and five
Going back to saturn where the people smile
Don’t need cars cause we’ve learned to fly
On saturn
Just to live to us is our natural high
"


__________________________________________
¹. Na canção "Vaca Profana" de Caetano Veloso em 1986.
². Esta música faz parte do albúm: "Songs In The Key of Life" (Motown, 1976)
para escutar a música: http://www.youtube.com/watch?v=p3KpUO6t9qQ

sexta-feira, junho 06, 2008


Acho importante compartilhar um momento vivido.
Algumas semanas atrás passei por um processo de entrevista, bem tenso!
Ia ser entrevistada, depois não ia mais, até decidiram que sim e lá fui eu.
E nem acredito que passei bem por ele.
E que agora estou aqui toda confortável falando desta experiência.
Tudo muito inusitado e constante.
Mas também se não fosse assim, este não teria sido um momento para mim.
Entrevista, monografia, legitimação da minha importância no trabalho, muito trabalho, uma avaliação chata de inglês, o coração que palpita e incertezas.
Imagina ainda ter que passar por uma entrevista depois de anos de trabalho.
Além do mais o entrevistador é o chefe-mor de todos.
É aquele que decide!
E por isso é temido.
Fui bastante preocupada ao nosso encontro.
50% para ser bom e 50% para ser péssimo (a maioria são).
E durante o trajeto até o local do encontro, fui pensando que esta seria a oportunidade de falar para o CHEFE coisas sobre mim e sobre o meu trabalho.
E assim segui confiante e aberta.
A entrevista começou.
O entrevistador sério, atento e com um olhar devorador saraivando perguntas que iam e vinham sem se contradizer.
Eu, ali dividida entre a tensão e a confiança em minhas palavras.
Seguimos na entrevista e muitas impressões foram obtidas a partir daquele encontro.
Num limiar entre avançar e retroceder, a todo instante me comportei como uma pessoa próxima e ao mesmo tempo distante dele.
E quando percebi que muito mais que responder era necessário contextualizar as respostas, saraivei-o de palavras também.
Fui percebendo que na medida em que eu ia falando “verdades” ela ia aceitando e validando meus pensamentos.
De uma entrevista formal e pesada, passamos para uma espécie de entrevista mais aberta. Em que era permitido não apenas mais perguntar ou responder, mas sim conversar um pouco mais sobre determinados assuntos.
Sutil assim.
Claro que isso tudo fazia parte do meu jogo e do jogo dele também.
Nós dois jogamos o tempo inteiro e sabíamos disso.
Porém as cartadas foram certas, assim como os truques e os blefes.
E uma das cartas foi “...e nem tudo é DINHEIRO!”
Esta palavra marcou e ecoou a sala, ele repetia como se realmente quisesse acreditar nisso.
Eu acredito!
Agora uma pergunta para quem já leu “Nada é de graça meu bem!”
- Se nem tudo é dinheiro e se nada é de graça, como é que ficamos?
Eu sei muito bem onde eu fiquei.
Me vi em um lugar interessante, num lugar de valor, de seriedade e de confiança.
Me vi assim durante a entrevista.
Talvez um tanto ingênua.
Talvez um tanto eu mesma.
Como alguém que, como ele mesmo disse: “ muito interessante essa menina e que segue no meu processo”.
Me vi numa posição em que muito mais que ser contratada valeu a transparência e a confiança. E essas duas já nos consagra.
E de um momento de dor e aflição para muitos; porque a maioria das pessoas que são entrevistadas por ele sai chorando da sala; eu me vi saindo de lá SORRINDO.
Afinal, adoro sorrir!