sexta-feira, junho 06, 2008


Acho importante compartilhar um momento vivido.
Algumas semanas atrás passei por um processo de entrevista, bem tenso!
Ia ser entrevistada, depois não ia mais, até decidiram que sim e lá fui eu.
E nem acredito que passei bem por ele.
E que agora estou aqui toda confortável falando desta experiência.
Tudo muito inusitado e constante.
Mas também se não fosse assim, este não teria sido um momento para mim.
Entrevista, monografia, legitimação da minha importância no trabalho, muito trabalho, uma avaliação chata de inglês, o coração que palpita e incertezas.
Imagina ainda ter que passar por uma entrevista depois de anos de trabalho.
Além do mais o entrevistador é o chefe-mor de todos.
É aquele que decide!
E por isso é temido.
Fui bastante preocupada ao nosso encontro.
50% para ser bom e 50% para ser péssimo (a maioria são).
E durante o trajeto até o local do encontro, fui pensando que esta seria a oportunidade de falar para o CHEFE coisas sobre mim e sobre o meu trabalho.
E assim segui confiante e aberta.
A entrevista começou.
O entrevistador sério, atento e com um olhar devorador saraivando perguntas que iam e vinham sem se contradizer.
Eu, ali dividida entre a tensão e a confiança em minhas palavras.
Seguimos na entrevista e muitas impressões foram obtidas a partir daquele encontro.
Num limiar entre avançar e retroceder, a todo instante me comportei como uma pessoa próxima e ao mesmo tempo distante dele.
E quando percebi que muito mais que responder era necessário contextualizar as respostas, saraivei-o de palavras também.
Fui percebendo que na medida em que eu ia falando “verdades” ela ia aceitando e validando meus pensamentos.
De uma entrevista formal e pesada, passamos para uma espécie de entrevista mais aberta. Em que era permitido não apenas mais perguntar ou responder, mas sim conversar um pouco mais sobre determinados assuntos.
Sutil assim.
Claro que isso tudo fazia parte do meu jogo e do jogo dele também.
Nós dois jogamos o tempo inteiro e sabíamos disso.
Porém as cartadas foram certas, assim como os truques e os blefes.
E uma das cartas foi “...e nem tudo é DINHEIRO!”
Esta palavra marcou e ecoou a sala, ele repetia como se realmente quisesse acreditar nisso.
Eu acredito!
Agora uma pergunta para quem já leu “Nada é de graça meu bem!”
- Se nem tudo é dinheiro e se nada é de graça, como é que ficamos?
Eu sei muito bem onde eu fiquei.
Me vi em um lugar interessante, num lugar de valor, de seriedade e de confiança.
Me vi assim durante a entrevista.
Talvez um tanto ingênua.
Talvez um tanto eu mesma.
Como alguém que, como ele mesmo disse: “ muito interessante essa menina e que segue no meu processo”.
Me vi numa posição em que muito mais que ser contratada valeu a transparência e a confiança. E essas duas já nos consagra.
E de um momento de dor e aflição para muitos; porque a maioria das pessoas que são entrevistadas por ele sai chorando da sala; eu me vi saindo de lá SORRINDO.
Afinal, adoro sorrir!

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