domingo, dezembro 23, 2012

paquetá

baobá. quando tudo parece estar invertido, de cabeça para baixo, na realidade está tudo em seu devido lugar. contraditória em belezas e cheiros, por isso adoro a majestosa de madagascar.


Um comentário:

  1. ‎1. Recife. Campo das Princesas.
    Lá tropecei com um baobá
    crescido em frente das janelas
    do Governador que sempre há.
    Aqui, mais feliz pode ter
    úmidos que ignora o Sahel;
    dá-se em copudas folhas verdes
    que dão nossas sombras de mel.
    Faz de jaqueiras, cajazeiras,
    se preciso, de catedral;
    faz de mangueiras, faz da sombra
    que adoça o nosso litoral.
    2. Na parte nobre do Recife,
    onde seu rebento pegou,
    vive, ignorado do Recife,
    de quem vai ver Governador.
    Destes nenhum pensou (se o viu)
    que na África ele é cemitério:
    se no tronco desse baobá
    enterrasse os poetas de perto,
    criaria, ao alcance do ouvido,
    senado sem voto e discreto:
    onde o sim valesse silêncio,
    e o não, sussurrar de ossos secos.

    Cabral

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